Este Princípio Regulador é mais rígido, pois exclui muitas práticas comuns em igrejas Pentecostais, Neopentecostais, Carismáticas e até mesmo tradicionais. Um exemplo disso são os “cultos de gratidão”, seja a um pastor, a um ministério, data comemorativa ou pessoa, o culto nunca é em homenagem a ninguém, mas sempre a Deus. Este Princípio Regulador diz que Deus não aceita o culto que tenhaelementos além daqueles que são claros. E em nossa igreja local cremos assim, por isso nossa liturgia é mais “simples e direta”, porque fazemos apenas o que é claro, para não adicionarmos nada além do que Deus pede. Não podemos ter a pretensão de tornar o culto “mais santo” e usar isso de pretexto para adicionar danças, peças de teatro, apresentações, homenagens, etc.
Circunstâncias de culto
É tudo aquilo que não fere os elementos de culto que são claros dentro do Principio Regulador (pregação, música, oração, ceia, batismo), mas pode auxiliar na prática deles. Exemplo: microfone, data show, cadeira, púlpito, mesa, iluminação.
"Princípio Regulador do Culto — Um Problema Antigo" João Calvino (1509–1564)
"Eu sei o quão difícil é persuadir o mundo de que Deus desaprova todas as práticas de culto não sancionadas expressamente na sua Palavra. A opinião contrária, à qual se apegam e está arraigada até aos ossos e medula, é que qualquer prática para a qual encontrem alguma razão em si mesma é legítima, desde que exiba algum tipo de aparência de zelo pela honra de Deus. Mas visto que Deus, não apenas considera frívola, mas também claramente abomina o que quer que pratiquemos por zelo ao seu culto, se não estiver de acordo com o seu mandamento, o que pode nos aproveitar tomar atitude contrária? As palavras de Deus são claras e distintas: 'obedecer é melhor do que sacrificar.' 'Em vão Me adoram, ensinando doutrinas e mandamentos de homens (1 Sm 15:22; Mt 15:9). Toda adição à sua palavra, especialmente neste assunto, é uma mentira. Mero 'culto da vontade é vaidade (Cl 2:23)”
Vemos aqui que esta discussão não é nova! O ser humano tem a tendência de incluir liturgias sob pretexto de boa intenção, mas o culto não é feito com elementos de boa intenção, mas sim de elementos prescritos claramente. Esses, sim, devem der feitos de coração. Tudo o que foge disso pode macular o culto.
Algumas outras Citações Importantes
“Tudo o que não é ordenado pela escritura no culto a Deus é proibido. Tudo o que a igreja realiza no culto deve ter base em um mandamento explícito, ser lógica e claramente deduzido dele ou derivar-se de um exemplo histórico aprovado [pelos
mesmos critérios bíblicos].” Brian Schwertley
“O que não for diretamente ensinado nas Escrituras ou necessariamente inferido do seu ensino, é proibido no culto” Paulo Anglada
Acréscimos e Decréscimos
Acrescentar e tirar elementos de culto é algo muito sério, por isso Deus sempre cercou a sua adoração com regras que precisam ser observadas até hoje.
Dt 4:1 AGORA, pois, ó Israel, ouve os estatutos e os juízos que eu vos ensino, para os cumprirdes; para que vivais, e entreis, e possuais a terra que o SENHOR Deus de vossos pais vos dá. 2 Não acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do SENHOR vosso Deus, que eu vos mando.
Dt 12:29-33 Quando o SENHOR teu Deus desarraigar de diante de ti as nações, aonde vais a possuí-las, e as possuíres e habitares na sua terra, 30 Guarda-te, que não te enlaces seguindo-as, depois que forem destruídas diante de ti; e que não perguntes acerca dos seus deuses, dizendo: Assim como serviram estas nações os seus deuses, do mesmo modo também farei eu. 31 Assim não farás ao SENHOR teu Deus; porque tudo o que é abominável ao SENHOR, e que ele odeia, fizeram eles a seus deuses; pois até seus filhos e suas filhas queimaram no fogo aos seus deuses. 32 Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás.
Os textos nos apontam com uma clareza muito grande a vontade de Deus para seu culto e sua palavra. Por isso o zelo do Principio Regulador é tão grande. Deus pode reprovar atos de adoração/culto O coração do homem, em pecado, nunca produziria um sistema de culto aceitável diante de um Deus santo. Por isso, é Deus quem regula seu culto. O primeiro relato bíblico que temos de Deus aceitando um culto e rejeitando o outro é Gn 4:1-6 com Caim e Abel.