Cristo nas Festas do Antigo Testamento

Cristo nas Festas do Antigo Testamento

Você já parou para pensar no motivo pelo qual Deus ordenou ao povo de Israel que celebrasse festas anualmente, descrevendo com tanta precisão como cada uma delas deveria ser realizada? Muitas vezes, os crentes dão menos importância a relatos como esses do Pentateuco e da lei cerimonial, apenas por entenderem que essas ordenanças não são direcionadas a nós, gentios.

"Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: As festas fixas do Senhor, que proclamareis, serão santas convocações; são estas as minhas festas." (Levítico 23:2)
"Porque, se, de fato, crêsseis em Moisés, também creríeis em mim; porquanto ele escreveu a meu respeito." (João 5:46)

Tudo que está contido na Palavra de Deus pode ser resumido em uma única temática: a redenção em Cristo! Precisamos aprender a reconhecer a história da redenção nos textos, pois isso nos ajudará a entender que o Antigo Testamento não foi escrito exclusivamente para os judeus. A Palavra de Deus foi escrita para todo o seu povo e, por isso, ela deve ser completamente conhecida pelos cristãos.

Essas celebrações do Antigo Testamento não eram meras tradições culturais ou rituais aleatórios, mas sim ordenanças com profundo significado espiritual. Elas tinham o propósito de ensinar, lembrar e apontar para algo muito maior: a obra redentora de Jesus Cristo, cumprida de forma plena no Novo Testamento. Cada detalhe, símbolo e ato dessas festas refletia a grandiosidade do plano divino para a redenção da humanidade. Vamos explorar como essas festas eram sombras das coisas futuras, concretizadas em Cristo, conforme ensina a Palavra de Deus.


A Páscoa: O Cordeiro que Liberta

A Páscoa instituía a libertação de Israel da escravidão no Egito e deveria ser relembrada anualmente.

"Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês, cada um tomará para si um cordeiro... Este dia vos será por memorial, e o celebrareis como solenidade ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo." (Êxodo 12:3-14)

O sangue do cordeiro pascal, aplicado nos umbrais das portas, protegia os primogênitos da morte. No entanto, isso era apenas um símbolo da verdadeira libertação. Em Jesus, o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29), vemos o cumprimento final. Seu sangue derramado na cruz nos resgata da morte eterna e da escravidão do pecado.

"Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos... mas pelo precioso sangue de Cristo." (1 Pedro 1:18-20)
"Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado." (1 Coríntios 5:7b)

Cristo estabeleceu a ceia entre seus discípulos como um ritual para a Igreja. A ceia anuncia a morte de Jesus Cristo entre os cristãos, para que estes nunca se esqueçam do corpo entregue na cruz e do sangue derramado.

"Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha." (1 Coríntios 11:26)

A Páscoa se tornou a ceia do Senhor. A circuncisão dos israelitas se tornou o batismo dos crentes. Os sacrifícios e holocaustos terminaram na cruz. Tudo culmina na cruz.


A Festa dos Pães Asmos: Pureza e Santidade

Logo após a Páscoa, celebrava-se a Festa dos Pães Asmos, que simbolizava a pureza, destacada pelo pão sem fermento.

"Sete dias comereis pães asmos. Logo ao primeiro dia, tirareis o fermento das vossas casas... Guardai, pois, a Festa dos Pães Asmos, porque, nesse mesmo dia, tirei vossas hostes da terra do Egito." (Êxodo 12:15-20)

O fermento, frequentemente associado ao pecado na Bíblia, era eliminado como um lembrete da santidade de Deus. Jesus, sem pecado, é o cumprimento dessa festa, oferecendo a verdadeira vida em comunhão com Deus.

"Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome." (João 6:35)


A Festa das Primícias: Cristo, os Primeiros Frutos

A Festa das Primícias marcava o início da colheita e representava a consagração dos primeiros frutos a Deus.
"Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando entrardes na terra, que vos dou, e segardes a sua messe, então, trareis um molho das primícias da vossa messe ao sacerdote; este moverá o molho perante o Senhor, para que sejais aceitos; no dia imediato ao sábado, o sacerdote o moverá. No dia em que moverdes o molho, oferecereis um cordeiro sem defeito, de um ano, em holocausto ao Senhor. A sua oferta de manjares serão duas dízimas de um efa de flor de farinha, amassada com azeite, para oferta queimada de aroma agradável ao Senhor, e a sua libação será de vinho, a quarta parte de um him. Não comereis pão, nem trigo torrado, nem espigas verdes, até ao dia em que trouxerdes a oferta ao vosso Deus; é estatuto perpétuo por vossas gerações, em todas as vossas moradas." (Levítico 23:10-14)

No Novo Testamento, essa festa se cumpre na ressurreição de Jesus, que é chamado de "as primícias dos que dormem".
"Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem. Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo. Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda." (1 Coríntios 15:20-23)

Além disso, o derramamento do Espírito Santo no Pentecostes, cinquenta dias após a Páscoa, representa o início da colheita espiritual:
"Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem." (Atos 2:1-4)


A Festa dos Tabernáculos: Deus Habitando com Seu Povo

Essa festa recordava o período em que Israel habitou em tendas no deserto, experimentando a presença de Deus no Tabernáculo.
"Porém, aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido os produtos da terra, celebrareis a festa do Senhor, por sete dias; ao primeiro dia e também ao oitavo, haverá descanso solene. No primeiro dia, tomareis para vós outros frutos de árvores formosas, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeiras; e, por sete dias, vos alegrareis perante o Senhor, vosso Deus. Celebrareis esta como festa ao Senhor, por sete dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo, a celebrareis. Sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais de Israel habitarão em tendas, para que saibam as vossas gerações que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito. Eu sou o Senhor, vosso Deus." (Levítico 23:39-43)

Em Cristo, vemos o cumprimento dessa promessa:
"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai." (João 1:14)
Ele veio para estar conosco, e agora Deus habita em nós por meio do Espírito Santo:
"Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos?" (1 Coríntios 6:19)


O Dia da Expiação: O Sacrifício Perfeito

No Dia da Expiação, o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos com sangue de animais para fazer expiação pelos pecados do povo.
"Quem for ungido e consagrado para oficiar como sacerdote no lugar de seu pai fará a expiação, havendo posto as vestes de linho, as vestes santas; fará expiação pelo santuário, pela tenda da congregação e pelo altar; também a fará pelos sacerdotes e por todo o povo da congregação. Isto vos será por estatuto perpétuo, para fazer expiação uma vez por ano pelos filhos de Israel, por causa dos seus pecados." (Levítico 16:32-34)

Jesus, nosso Sumo Sacerdote perfeito, ofereceu o sacrifício definitivo ao entregar Sua própria vida na cruz.
"Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados, mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção." (Hebreus 9:11-12)


Festas Como Sombras do Futuro

Todas essas festas eram sombras que apontavam para Cristo, o cumprimento perfeito da redenção.
"Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo." (Colossenses 2:16-17)

Essas celebrações nos recordam da obra redentora de Jesus e nos convidam a viver em santidade e comunhão com Ele.
"Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o Senhor falara à casa de Israel; tudo se cumpriu." (Josué 21:45)

Que possamos proclamar a suficiência de Cristo, reconhecendo que Ele é o cumprimento de todas as promessas de Deus.
"Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir." (Mateus 5:17)
"São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos." (Lucas 24:44)

 

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